O Prato Certo O Prato Certo

Ao utilizar este website está a concondar com a nossa política de uso de cookies. Para mais informações consulte a nossa política de privacidade e uso de cookies, onde poderá desactivar os mesmos.

OK

Notícias

Cereais, queijo, fiambre e tostas vão ter menos sal. E o pão também (outra vez)

Cereais, queijo, fiambre e tostas vão ter menos sal. E o pão também (outra vez)

 

Direção-Geral da Saúde (DGS) está em conversações com a indústria alimentar e o setor da distribuição para diminuir ainda mais o sal no pão. A legislação de 2009 estabelece como teor máximo 1,4 gramas de sal por cada 100 gramas de pão. Até 2021 pretende-se reduzir para 1 grama.

Os portugueses estão a consumir, em média, mais do dobro de sal recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que são de cinco gramas diárias. É, por isso, urgente, reduzir o seu consumo, que está associado a doenças como o cancro gástrico, hipertensão, que afeta um terço da população portuguesa, enfartes do miocárdio, AVC (acidente vascular cerebral), a principal causa de morte em Portugal. É nesse sentido que a Direção-Geral da Saúde está a trabalhar com a indústria alimentar e o setor da distribuição para reduzir, ainda mais, o teor de sal no pão. Até 2021, a DGS pretende chegar à meta de 1 grama.

Mas há mais. Além do pão, a ambição é abranger uma redução de sal em outros produtos alimentares, revelou esta segunda-feira Maria João Gregório, uma das responsáveis pelo programa de alimentação saudável da DGS. "Neste momento estamos a trabalhar em parceria com a indústria e, portanto, queremos definir protocolos de cooperação e metas a atingir para reduzir o teor de sal em alguns alimentos. Temos, por exemplo, as tostas, os cereais de pequeno-almoço, o queijo, o fiambre, a sopa pronta a consumir, batatas fritas e outros snacks, e também bolachas e biscoitos", elenca Maria João Gregório à margem da apresentação da campanha de sensibilização, que inclui o estudo científico "Menos Sal Portugal", lançado pelo Pingo Doce e pela Cuf.

Ao DN, Maria João Gregório, da DGS, refere que "neste momento" não está prevista legislação para os novos produtos que irão ter uma redução de sal, ao contrário do que acontece já com o pão. "Atualmente estamos a trabalhar em parceria com o setor da indústria e distribuição alimentar a tentar identificar um conjunto de alimentos que são aqueles que mais contribuem para a ingestão de sal na população portuguesa e o objetivo é identificar metas de redução até 2021", explica.

Estudo inédito

Esta é mais uma medida que pretende mudar os hábitos dos portugueses, que consomem 10,7 gramas de sal diárias, o que corresponde a mais do dobro recomendado pelo OMS, que é de cinco gramas diárias para um adulto e três gramas para as crianças. Só 4,4% da população portuguesa consome o valor recomendado. Um consumo médio diário de sal inferior a 5 gramas reduz em 23% a morte por AVC e em 17 a doença cardiovascular.

Para diminuir o consumo excessivo de sal pelos portugueses, a Cuf e o Pingo Doce lançaram esta segunda-feira a campanha de sensibilização, que inclui um estudo inédito em Portugal que vai avaliar impacto do consumo de sal na saúde dos portugueses.

Os investigadores Conceição Calhau, professora da Nova Medical School, e Jorge Polónia, professor na Faculdade de Medicina na Universidade do Porto e investigador do CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, são os coordenadores deste estudo que pretende mudar os hábitos dos portugueses.

"Portugal é um país salgado", disse, na apresentação do estudo, Jorge Polónia, referindo-se ao facto de o país estar numa "péssima situação" em termos de consumo de sal a nível mundial. "Pior do que Portugal só mesmo os países asiáticos", referiu. Se os adultos ingerem 10,7 gramas por dia, as crianças portuguesas, com menos de 10 anos, "consomem 7,8 gramas por dia", revelou.

Conceição Calhau explicou que "o sal adicionado no momento de confeção dos alimentos contribui em 29,2%" para o consumo excessivo de sal. Já "o pão e as tostas, 18,5%, a sopa, 8,2% e os produtos de charcutaria e carnes processadas têm um contributo de 6,9%."

O estudo científico vai abranger 500 voluntários da Área Metropolitana de Lisboa, dos 20 aos 70 anos, que vão ser acompanhados por equipas especializadas durante três meses, entre março e maio. Os participantes irão integrar um programa de educação alimentar que visa a redução do consumo de sal e a avaliação do impacto das alterações dos seus hábitos alimentares na saúde. Os interessados em participar neste estudo devem candidatar-se através do email estudosaude2019@gmail.com.

"Estamos na saúde também para promover hábitos de vida saudáveis", diz grupo Mello Saúde

Uma iniciativa aplaudida por Maria João Gregório, da DGS. "Portugal, atualmente, tem uma estratégia na área de redução de consumo de sal na população portuguesa, que consome mais do dobro do recomendado pela OMS e, portanto, a intervenção nesta área requer implementar um conjunto de medidas que promovam a literacia da população portuguesa e este projeto pode dar resposta a essa necessidade", disse no final da apresentação do estudo.

"Estamos na saúde não só para tratar de doenças, mas também para promover hábitos de vida saudáveis e a prevenção da doença", destacou Salvador de Mello, presidente do conselho de administração do grupo José de Mello Saúde (CUF), destacando o papel de responsabilidade social junto dos portugueses.

Jerónimo Martins investe 300 a 400 mil euros em laboratório para ADN dos alimentos

Pedro Soares dos Santos, presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins (Pingo Doce), referiu a importância de corresponder às necessidades dos portugueses e à confiança que depositam nos produtos que adquirem.

Nesse sentido, a dona do Pingo Doce vai criar, dentro de "ano e meio", um laboratório de rastreabilidade dos produtos alimentares em Portugal. "Em Portugal não há nenhum que faça ADN alimentar", disse Pedro Soares dos Santos aos jornalistas. O investimento que irá rondar entre 300 e os 400 mil euros.

10 dicas para reduzir o consumo de sal

O uso de ervas aromáticas na hora da confeção dos alimentos e evitar levar o saleiro para a mesa são algumas das dicas da iniciativa "Menos Sal Portugal" para a redução diária do consumo de sal.

. Privilegie os alimentos frescos, como os hortofrutícolas e opte, sempre que possível, pelos sazonais.

. Evite o consumo de alimentos processados e se os consumir escolha produtos com baixo teor em sal, ou seja, 0,3 gramas de sal por 100 gr. ou 100 ml de produto.

.Leia os rótulos dos produtos alimentares e evite aqueles com elevado teor em sal, isto é, mais de 1,5 gramas de sal por 100 gr. de produto (ou 0,75 gr. por 100 ml).

. Diminua gradualmente a quantidade de sal que adiciona durante a confeção dos alimentos e opte por utilizar sal iodado.

. Não adicione mais do que 1 grama de sal por pessoa em cada refeição (1 colher de café equivale a 2 gramas de sal).

. Use as ervas aromáticas, as especiarias, o vinho ou sumo de limão, de forma a enriquecer o paladar dos cozinhados em substituição do sal.

. Privilegie uma cozinha simples, de tacho, como sopas, ensopados, caldeiradas e estufados.

. Escorra e lave o feijão/grão/ervilhas em conserva, antes de os juntar na confeção.

. Evite os alimentos altamente conservados em sal como os fumados e os enchidos.

. Não leve o saleiro para a mesa.

FONTE DA NOTICIA: https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/cereais-queijo-fiambre-e-tostas-vao-ter-menos-sal-e-o-pao-tambem-outra-vez-10498743.html

Ver mais notícias