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Cientista Visitante no Algarve

Cientista Visitante no Algarve

 

O Algarve foi alvo da visita de um investigador da maior Empresa Pública Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que se encontra em Portugal a realizar uma pesquisa denominada: “Análise das estratégias territoriais de desenvolvimento da união europeia e as atribuições da investigação agrícola focada na experiência portuguesa de valorização de produtos regionais”.

Acompanhado por técnicos da DRAPAlgarve, o “Cientista Visitante” – nome do programa de intercâmbio científico – percorreu com a Associação Vicentina o Barlavento no dia 6 de Julho, o Sotavento no dia 7 com a Associação Terras do Baixo Guadiana e foi na companhia da Associação IN LOCO que teve a oportunidade de visitar nos dias 8 e 9 algumas boas-práticas no Interior do Algarve Central.

Iniciaram-se as visitas na DRAPAlgarve, com uma troca de opiniões com técnicos e dirigentes e foram depois visitadas as instalações da sede da IN LOCO, em São Brás de Alportel, onde se situa igualmente a loja de Produtos Locais de Qualidade “MADE INLOCO” e o Centro de Co-Working “NEXTIN”, espaço onde foi resumido o histórico de mais de 30 anos de trabalho desta ADL no apoio ao desenvolvimento local sustentado.

Foram  visitadas diversas explorações e espaços de transformação e comercialização, que contribuíram para captar o ponto de vista dos empreendedores e empreendedoras  promotores de projetos agropecuários inovadores e sustentáveis, muitos deles com apoio técnico ou financeiro dos programas de Desenvolvimento Rural.

Foram visitadas as seguintes empresas:

Uma queijaria sedeada em São Brás de Alportel e que é uma referência de qualidade e valorização de um produto endógeno: o leite de cabra, comercializado principalmente sob a forma de queijo fresco aliado a ervas aromáticas e frutos da época. Os Iogurtes tradicionais de leite de vaca são igualmente um produto de elevada reputação comercializado por esta empresa.

Esta empresa de elevada responsabilidade social, produz numa horta que parece um jardim, uma vasta gama de hortícolas em modo de produção Biológico, que escoa através da sua loja, no Mercado de São Brás de Alportel, agregando também outros produtos agroalimentares BIO da sua rede de produtores certificados. É um dos Investidores Sociais do projeto de educação alimentar “Prato Certo”, baseado no estilo de vida mediterrânico.

Esta exploração tem como principal objetivo a produção de leite de Cabra Algarvia para abastecimento das queijarias da região e constitui um exemplo de otimização técnica, de organização da produção e da determinação dos seus responsáveis. Numa perspetiva de fileira, grande parte das rações são produzidas pela exploração, assegurando uma elevada qualidade do produto final. A sala de ordenha, por exemplo é provavelmente a mais moderna e bem organizada da região.

A Sociedade Agrícola do Medronhito, alia a parte agrícola com a transformação, possuindo cerca de 150 hectares de pomares de Medronheiros que servem de base para a produção de Aguardente de Medronho “Medronhito do Caldeirão”.

Iniciando a comercialização da aguardente de medronho no final de 2019, após vários anos de realização em parceria com a Universidade do Algarve de uma investigação para chegar a um Medronho de primeiríssima qualidade e de sabor distinto. O Medronhito do Caldeirão é destilado num alambique aquecido a lenha, construído em cobre, com coluna de rectificação, permitindo optimizar e obter aguardentes de primeiríssima qualidade.

Da responsabilidade de Aurélio Cavaco esta empresa tem um historial na área apícola, com cerca de 2000 colmeias em diversos sítios da serra algarvia, produzindo mel de vários tipos (Rosmaninho, Multifloral, Abacate, Laranjeira), pólen, cera e ainda serviços de polinização em pomares. Actualmente avança para o processo de embalamento e enfrascamento, pois até ao momento apenas comercializava por grosso. Na sua opinião, o grande problema do sector, é a falta de união e organização por parte dos apicultores.

Idalécio Martins, agricultor na Corte Neto na freguesia de Salir, proprietário de cerca de 32,24 hectares, sendo essencialmente pomares de alfarrobeira, possuindo também algum oliveiral. Os pomares de Alfarrobeira são constituídos por variedades tradicionais mas também possui variedades turcas. Adquiriu em Espanha uma máquina para a apanha de alfarroba que lhe permite uma grande poupança ao nível da mão de obra.

Os intercâmbios entre Portugal e o Brasil decorrem desde há muitos anos, com vantagens para ambos os países, sendo frequente a partilha de metodologias, estratégias ou técnicas que vão sendo investigadas, testadas e desenvolvidas neste países irmãos.

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