8 de Novembro! Hoje comemora-se o Dia Europeu da Alimentação e da Cozinha Saudáveis e o dia começa com a leitura do artigo “Hábitos alimentares, de saúde e adesão à Dieta Mediterrânica dos jovens da região do Algarve”. – da autoria da Professora Maria Palma Mateus.
Depois de uma breve leitura percebo que ando lentamente a adoecer o adolescente cá de casa, se não vejamos:
- O pequeno-almoço é tomado todos os dias, em casa, mas consiste predominantemente em leite e cereais, um alimento nutricionalmente pobre e de elevada densidade energética.
- Na mochila para a escola leva barras de cereais, sandes, néctares de fruta, rissóis, hambúrgueres, douradinhos…. O almoço é no banco da escola onde por vezes ergue orgulhosamente uma sandes de delícias do mar e um refrigerante comprados na tasca da esquina. Porque ele gosta, porque os amigos também comem (31% dos alunos inquiridos no estudo responderem que comem sandes em substituição do almoço) porque … porque eu cedo e deixo que seja uma maria-vai-com-as-outras, para se sentir integrado…
- Come leguminosas praticamente todos os dias
- Come legumes e hortícolas com esforço (mas eu tento ser criativa e disfarço-os no prato)
- Bebe 1l a 1,5l de água por dia
- Não consome café
Por muito que eduque, que sensibilize e que ofereça produtos de qualidade nutricional, saudáveis e sazonais a luta de uma mãe é muitas vezes inglória e o fast food acaba por ganhar a maioria das guerras.
Uma das minhas armas é ensina-lo a cozinhar: a trocar os fritos pelo forno, a fazer a omelete em casa em vez de a comprar na esquina. Quando é ele a fazer a sua refeição noto a satisfação, o orgulho. Se ele souber fazer pratos saudáveis (ou os que ele gosta mas com uma preparação mais saudável, é meio caminho para escolhas mais acertadas no futuro).
Infelizmente, assim que saem porta fora os adolescentes são atropelados pelo marketing, pelos pares, pelo comércio circundante à escola, e mesmo dentro do espaço escolar onde borbulham máquina com bolachas e doces… que luta ingrata a nossa, educadores…
Se pensarmos bem, vamos a uma cadeia de fast food, consumimos batatas, refrigerante e oferecem-nos um brinquedo, se pedirmos sopa e fruta não recebemos nada, ou seja, somos compensados por fazer escolhas erradas!
Ainda temos muito trabalho pela frente, a adesão ao padrão alimentar mediterrânico dos nossos filhos depende do nosso esforço, mas acima de tudo, do nosso exemplo.
Depende dos alimentos que deixamos que entrem em casa. Substituir as barras por fruta ou porque não fazer as suas próprias barras caseiras? Iogurtes ou fruta pode ser a opção para a substituição de outros alimentos e assim, discretamente vamos fazendo alterações de hábitos. Trocar refrigerantes por néctares de fruta, chá ou tisanas.
É muito importante e urgente, implementar estratégias de educação alimentar na comunidade educativa: alunos, pais, professores, auxiliares e fornecedores. Os adolescentes consomem o que lhes parece mais apetecível, procuram muitas vezes o prazer rápido (exemplo de comer uma bola de Berlim).
As escolhas que fazem têm um preço e é necessário que sejam consciencializados que a obesidade, diabetes, o cansaço físico e psicológico são consequências diretas do que ingerem e preços bem pesados de se pagar.
Faça as escolhas certas à mesa: escolha o seu Prato Certo!
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