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Encontro de Parceria Prato Certo

Encontro de Parceria Prato Certo

 

Com o tema “Estratégias Alimentares Territoriais nas Agendas Municipais”, e com 3 questões iniciais:  

  1. Como é possível operacionalizar uma estratégia a nível municipal e mesmo regional? 
  2. Como envolver os empresários locais/regionais na estratégia alimentar territorial? 
  3. As estratégias de educação alimentar existentes estão a ser eficazes? 

este encontro procurou debater as questões essenciais à implementação de estratégias alimentares territoriais, evidenciando o papel central não só dos municípios, como também das entidades da economia social e os empresários locais.  

O Coordenador do projeto, Artur Gregório, iniciou os trabalhos destacando o papel das autarquias, das suas redes sociais e da equipa Prato Certo no desenho de respostas inovadoras aos graves problemas sociais resultantes da crise sanitária e económica, bem como da sua capacidade de reação aos novos desafios e de colaboração na implementação de soluções.  

A nutricionista Catarina Vasconcelos lançou a temática de “Como operacionalizar uma estratégia alimentar a nível municipal”, reforçando o papel relevante dos municípios no contributo e desenho de estratégias que podem solucionar as problemáticas relacionadas com o sistema alimental atual - caracterizado por uma superprodução de alimentos processados e densos em energia, mas com baixo teor de nutrientes. Este sistema gera elevados custos ambientais, desperdício alimentar, perda de biodiversidade e dificuldade de acesso a dietas saudáveis. O sistema não promove de facto o Direito Humano a uma Alimentação Adequada. Para Catarina Vasconcelos, os municípios têm cada vez mais competências e determinação para intervir neste domínio, sendo os elementos fundamentais   para promoção de estratégias alimentares mais integradas e que envolvam as várias dimensões e atores do sistema alimentar local. Considera ainda é essencial o trabalho em rede, assim como o mapeamento e monitorização do sistema alimentar local e de todos os projetos que envolvam o sistema alimentar. 

Na sequência deste painel, Ana Arsénio - técnica da Associação In Loco - apresentou o projeto Local food for local economy – um caso prático apoio à organização de sistemas alimentares local, coordenado pela Associação IN LOCO.  Enquanto colaboradora neste projeto, descreveu todo o processo de realização do mesmo e explicou como este pretendeu reforçar o consumo local como forma de alimentação sustentável e influenciado do ordenamento do território. Foi ainda referido o projeto da Rede de Produtores Locais do Algarve, dinamizado pela DRAPALG e o Projeto Sistemas Alimentares Sustentáveis, da responsabilidade da AMAL e tendo a In Loco como parceira, como instrumentos de estímulo à organização da produção local sustentável e ao consumo social, nomeadamente através do fornecimento de cantinas escolares. 

Bruna Rosa, diretora-geral executiva da empresa Lima com Pimenta – investidora social do Prato certo - descreveu o trabalho desenvolvido pela empresa: as dificuldades, obstáculos e o considera ser o papel que os empresários locais/regionais na implementação duma estratégia alimentar territorial. Reforçou ainda a importância das futuras estratégias incluírem educação alimentar desde a infância, uma vez que, é nessa fase do ciclo de vida que se adquire a maior parte dos hábitos que influenciarão toda a vida adulta. 

Também Fátima Torres, gerente da Quinta das 6 Marias, testemunhou sobre o trabalho desenvolvido na quinta e o seu crescimento nos últimos anos, reforçando por sua vez as questões levantadas por Bruna Rosa. 

Abílio Guerreiro, chef e formador, partilhou a sua visão sobre o papel da hotelaria e restauração na adoção da Dieta Mediterrânica como modelo a seguir reforçando a importância do conhecimento e das boas práticas na alimentação coletiva.  Colaborador d “O Prato Certo” sublinha ainda que “não adianta comprar alimentos frescos, endógenos ou biológicos se depois não os sabemos saber preparar convenientemente”.   

Coube às técnicas da equipa Prato Certo Ana Poeta e Arlete Rodrigues a apresentação do balanço do trabalho realizado até à data: indicadores de realização: número de atividades realizadas e ainda por realizar nos municípios parceiros e os indicadores de comunicação, como por exemplo, a amplificação das redes sociais.  

Tendo em considerarão o alcance do projeto e a situação atual do pais no que concerne a insegurança alimentar, fruto dos últimos meses de pandemia, foi reforçada a necessidade de dar continuidade a esta estratégia conjunta de educação alimentar recorrendo aos apoios do PRR, assim como o interesse em dar resposta a inúmeros desafios que têm sido recebidos nos últimos dois anos, replicando esta iniciativa noutras regiões do país. 

Ainda na temática da Insegurança Alimentar, a Professora Doutora Maria Palma Mateus – oradora convidada e parceira do projeto pela UALG, referiu uma das ferramentas primordiais do Prato Certo: o Observatório de Segurança Alimentar (OSA).  Este observatório tem um papel relevante e um importante contributo a dar: fornece os indicadores para se conhecer a realidade das populações, permite avaliar e acompanhar continuamente essa realidade, monitorizando a evolução e o impacto das intervenções realizadas. Para tal, é necessária a participação das entidades e dos agentes locais, principalmente na recolha destes indicadores. Maria Palma Martins recordou que a primeira fase do Observatório de Segurança Alimentar iniciou-se com a avaliação das respostas a um inquérito aplicado em todas as freguesias do Algarve, e que a segunda fase seria a de monitorização contínua, que ainda não está concretizada no terreno, não obstante já estar concluída essa funcionalidade na plataforma do Prato Certo: https://www.pratocerto.pt/alimentacao-saudavel/observatorio-de-seguranca-alimentar .

Foram reapresentadas as principais conclusões obtidas na primeira fase, destacando que esta é uma questão que deve ser olhada com alguma atenção. Terminou a sua intervenção com o apelo ao envolvimento dos municípios para a operacionalização do Sistema de Monitorização da Insegurança Alimentar de modo a garantir a sustentabilidade do mesmo e a ação continuada a contribuir para a promoção de uma alimentação adequada na comunidade. 

O momento final de reflexão entre pares, permitiu a vários parceiros sublinhar a relevância do trabalho executado pelo projeto O Prato Certo nos seus territórios. 

 

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