No dia 20 de Março, realizou-se o Webinar Manifesta 2020 e a Associação In Loco, juntamente com a Herdade do Freixo do Meio e a Rede Regenerar foram as organizações convidadas a partilhar experiências, boas práticas e projectos de dinamização local que têm como prioridade fortalecer a aproximação entre produtores e consumidores.
Alfredo Sendim partilhou a experiência da Herdade do Freixo do Meio, sublinhando o trabalho de parceria entre os diversos actores socias através do programa CSA Partilhar as Colheitas. Este modelo baseia-se no compromisso mútuo entre produtores e co-produtores (consumidores) por forma a viabilizar a prática da Agroecologia, tratar o alimento como um bem comum, e valorizar o relacionamento pessoal. Podem visitar e conhecer melhor em: https://www.herdadedofreixodomeio.pt/programa-csa
Para Artur Gregório, Presidente da Associação In Loco e coordenador do projecto Prato Certo, a ferramenta da plataforma mais utilizada no momento - Produtos e Produtores - demonstrou ser um canal de divulgação e aproximação de produtores e consumidores, e paralelamente permite que os consumidores conheçam os produtos locais e sazonais. Dando ainda destaque a cabazes e mercados locais, esta ferramenta tem como objectivo a promoção de circuitos curtos, apoio à economia local e familiar e a promoção de uma alimentação mais sazonal, saudável e variada. Para conhecer o seu vizinho produtor poderá consultar a base de dados em https://www.pratocerto.pt/produtos-e-produtores/banco-de-produtores.
Por sua vez, Vânia Martins, coordenadora do projecto 100% Local, sublinha que "no seguimento de todo o trabalho desenvolvido na identificação dos produtores da região do Algarve e na promoção dos circuitos curtos agroalimentares, a Associação In Loco lançará este ano a aplicação tecnológica "Cá se Fazem", com o objetivo de promover e acessibilizar a produção local. A ferramenta, criada no âmbito da iniciativa 100% Local, estará disponível em formato web e mobile. A mesma tem como base a georeferenciação dos produtores da região do Algarve, assim como dos seus pontos de produção e venda, indicando aos consumidores onde encontrar alimentos frescos e transformados produzidos localmente. Os produtores referenciados foram visitados para validação dos métodos de produção e comercialização, mediante um conjunto de critérios que atestam que os seus produtos têm proveniência de produção própria, que existe proximidade geográfica entre o ponto de origem e o(s) ponto(s) de venda, que são produzidos na época própria e em modo de produção sustentável e responsável."
Este primeiro painel de apresentação foi concluído por Sara Moreira, da Rede Regenerar - Rede Portuguesa de Agroecologia Solidária" - que nos deixou com uma inquietação: o "alimento é um bem comum e não uma mercadoria" e enquanto for assumido como mercadoria e não como um bem necessário e indispensável à vida, não seremos capazes de alterar os nossos hábitos de consumo. A partir da altura em que dermos a devida atenção aos alimentos, à alimentação, e a quem os produz, estaremos no caminho para a mudança.
A caminho da alimentação saudável, acessível e saborosa!