Lathyrus sativus
Segundo os registos existentes, os chícharos foram muito confundidos com o tremoço e até com o grão-de-bico. Ainda que persistam dúvidas sobre a sua origem, são várias as indicações de que será proveniente do Médio Oriente, supondo-se que foi introduzido em Portugal pelo Sul, onde se encontra a maior zona de cultivo, expandindo-se, de seguida, para as Beiras.
Teve um papel importante na alimentação nomeadamente nos anos 30 e 40, no qual as populações pobres baseavam as suas refeições. Em contrapartida a classe rica alimentava os animais bovinos e caprinos com esta leguminosa. Como era um alimento partilhado entre homens e animais, tinha “má fama” entre as famílias mais abastadas e estava associado à fome. Chegou a estar em vias de extinção por ser conhecido como “a sopa dos pobres”. Agora está em franca recuperação, dado o seu potencial alimentar. Apesar de não ser amado pelos jovens, aparece, como valorização de um produto tradicional, nomeadamente na estacão fria, em prestigiados restaurantes ou nos diversos festivais de gastronomia.
O chícharo seca conserva-se muito tempo em local seco, protegido da humidade e da luz direta.
Depois de confecionado pode ser conservado no frigorífico, bem acondicionado, até 3 dias ou congelado.
São uma boa fonte de vitaminas do complexo B, A, C e K, folato, fibras insolúveis e proteínas. Fornecem ainda quantidades consideráveis de magnésio, potássio, ferro, cobre e zinco.
O chícharo é uma leguminosa semelhante, em aspeto, ao tremoço, e que pode ser cozinhado da mesma forma que o feijão. Pode ser incluído em diversas preparações culinárias, desde sopas, saladas, pratos principais e sobremesas. Pode acompanhar pratos tão diferentes como peixe, enchidos, bacalhau, entrecosto, cabrito, migas e tartes. Tendo em conta a sua textura, facilmente se consegue incluir o chícharo como alternativa à batata.