O Prato Certo O Prato Certo

Ao utilizar este website está a concondar com a nossa política de uso de cookies. Para mais informações consulte a nossa política de privacidade e uso de cookies, onde poderá desactivar os mesmos.

OK

Porquê comer local e sazonal?

Porquê comer local e sazonal?

Hoje em dia não é difícil encontrarmos nas prateleiras dos supermercados alhos produzidos na China, feijão vermelho do Chile, ameixa da África do Sul, ou maçãs da Nova Zelândia. E nem vamos pensar no peixe e no marisco, a maior parte provenientes de países estrangeiros.

 

Nestas viagens, perde-se qualidade e frescura, colhe-se ainda em verde, aplicam-se substâncias reguladoras para conservação, gasta-se mais energia para a conservação/refrigeração, embalamento e transporte.  Produz-se e consome-se fora da época mais indicada para obter alimentos com mais sabor com mais nutrientes.

 

Paga-se mais aos intermediários do que aos agricultores e perde-se o controlo da qualidade intrínseca do alimento.

 

São conhecidos inúmeros casos de contaminação de alimentos, por exemplo a BSE, mais conhecido como “vaca louca”, os provocados por nitrofurados e pela Escherichia coli entre outros. Ou alimentos adulterados como o leite e o azeite. Estas notícias alertam o consumidor para a sua forte exposição à instabilidade e insegurança alimentar. O actual sistema agroalimentar coloca alimentos cada vez mais artificializados, cada vez mais manipulados, contaminados e empobrecidos de nutrientes.

 

Actualmente a comida deixou de ser uma fonte de nutrientes e se tornou numa fonte de problemas para o consumidor.  

 

Por outro lado temos menos diversidade de alimentos, apesar de pensarmos o contrário quando vamos aos supermercados e temos uma grande panóplia de opções alimentares mas que na sua maioria derivam dos seguintes principais alimentos produzidos mundialmente em grande escala: soja, trigo, arroz, milho, carne, produtos lácteos e bebidas com açúcar.
Estudos recentes afirmam que caminhamos para uma “dieta globalizada, homogeneizada e processada”.
Actualmente a comida deixou de ser uma fonte de nutrientes e se tornou numa fonte de problemas para o consumidor.  

 

É através da alimentação que as pessoas ingerem nutrientes para obterem energia para o funcionamento do organismo, para o seu desenvolvimento, manutenção e protecção. Para a maioria das pessoas, a alimentação não é apenas um gesto de consumo e não é apenas para suprir a fome. A alimentação está relacionada com aspectos de saúde e bem-estar, com o estilo de vida, e com aspectos culturais, sociais e até ambientais.

 

A qualidade dos alimentos, fonte de nutrientes essenciais à vida é crucial para que possamos ter uma vida saudável. Assim as características que os alimentos devem possuir para garantir este nível têm que estar assegurados, sendo os alimentos produzidos localmente e da época os eleitos.

 

A alimentação por via da aquisição de produtos locais, frescos e da época é uma garantia por si só de qualidade nutricional, uma vez que não são incorporados conservantes, corantes ou estabilizadores, entre outras substâncias, para garantir uma validade maior do seu consumo. Para além de respeitarem os ciclos naturais das culturas agrícolas, serem feitos numa escala menor e com menor recurso a factores de produção que podem influenciar a sua qualidade e serem contaminados. Sobretudo os produtos locais são próximos dos consumidores e estes por si fazem um controlo e são exigentes.

 

A alimentação de proximidade pode minimizar problemas relacionados com a saúde, especialmente os provocados pelas tendências do padrão alimentar actual que levam a casos de obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras, relacionadas a dietas altamente calóricas, ricas em gorduras e açúcares. 

 

A alimentação de proximidade tem a ver com escolhas alimentares que estão estreitamente associadas a estilos de vida e à identidade de uma região (ex: Dieta mediterrânica).

 

Já experimentou consumir um tomate produzido em estufa, no mês de Março e um tomate produzido ao ar livre no mês de Julho? Qual deles tem mais sabor? Qual deles faz um arroz de tomate com a coloração ótima? Já reparou na diferença de paladar e aroma? E a diversidade de tipos de tomate? A produção local, de pequena escala privilegia a diversidade e a produção ao ar livre nos ciclos próprios. Respeita os ritmos da natureza e oferece-lhe produtos com mais sabor.

 

Autor: Ana Arsénio

 

Explore mais: